Este Blog propõe um espaço de integração entre a tradição do Yoga e as descobertas recentes sobre o funcionamento do corpo e do movimento.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
sábado, 11 de setembro de 2010
Skinner lendo Buda
Skinner lendo Buda, do blog www.olharbeheca.blogspot.com
Capítulo 3 do Dhammapada, chamado "Citta Vaga", cujo tema é a mente.
Vejamos como B. F. Skinner poderia ler esse trecho do clássico budista, traduzindo-o para conceitos comportamentais:
"A mente é difícil de ser controlada.. difícil de ser percebida... O sábio a domina, pois uma mente controlada conduz a felicidade"
Antes de mais nada, a palavra original para mente no texto é Citta, que traduz-se literalmente por "pensar", "ter consciência de algo". Ou seja, para o budismo a mente não é uma entidade, (que seria expressa por substantivo), mas um comportamento (expresso por um verbo).
A tradução do trecho do Dhammapada acima, para termos comportamentais, poderia ser algo como: " O pensar é um processo difícil de ser controlado, pois ele envolve diversos fatores, alguns acessíveis ao pensador, outros não. Porém controlar esses fatores que determinam o pensar conduz a felicidade".
OBS: Classicamente, os fatores que determinam o pensar podem ser controlados com uma vida comedida em termos de dieta, exercícios, hábitos virtuosos e acima de tudo, exercício da meditação e da compaixão.
"A mente é precursora de todos os estados. A mente é o chefe. Todos os estados são confeccionados pela mente. (...) Aquele que vive imerso em vícios, sem virtude, logo é controlado por suas ilusões, e não tem dignidade".
Ok, aqui entramos em uma clássica questão Comportamental: a impossibilidade da "mente" ser a causadora de comportamentos.
Mas note como imediatamente após a declaração de " A mente é quem manda" vem logo a advertência sobre hábitos e vícios. A fórmula que Buda oferece parece ser: discipline a forma como você se comporta e você disciplinará seu pensar.
E como obter essa disciplina?
São prescrições budistas para isso:
- meditar
- fazer jejum regularmente
- evitar matar, roubar, mentir, etc
- exercer compaixão pelos outros
- etc.
O pensar é visto, no Budismo, como um agregado de processos que forma a consciência (uma vez que somados ao perceber, ao sentir, a informação sensorial, etc). O agregado "Pensar", por sua vez, foi determinado por outros agregados, como o sentir (emoções) e o perceber (5 sentidos). Assim,a mente não é uma criadora incriada: ela é determinada pela relação com o ambiente (nossos sentimentos, sensações e percepções depende da interação com o ambiente).
Logo, o que o Dhammapanda está no dizendo, sua grande lição, em termos comportamentais, é: "Comporte-se adequadamente, exercendo hábitos virtuosos, e mesmo seus pensamentos serão controláveis, e assim você será mais feliz".
Capítulo 3 do Dhammapada, chamado "Citta Vaga", cujo tema é a mente.
Vejamos como B. F. Skinner poderia ler esse trecho do clássico budista, traduzindo-o para conceitos comportamentais:
"A mente é difícil de ser controlada.. difícil de ser percebida... O sábio a domina, pois uma mente controlada conduz a felicidade"
Antes de mais nada, a palavra original para mente no texto é Citta, que traduz-se literalmente por "pensar", "ter consciência de algo". Ou seja, para o budismo a mente não é uma entidade, (que seria expressa por substantivo), mas um comportamento (expresso por um verbo).
A tradução do trecho do Dhammapada acima, para termos comportamentais, poderia ser algo como: " O pensar é um processo difícil de ser controlado, pois ele envolve diversos fatores, alguns acessíveis ao pensador, outros não. Porém controlar esses fatores que determinam o pensar conduz a felicidade".
OBS: Classicamente, os fatores que determinam o pensar podem ser controlados com uma vida comedida em termos de dieta, exercícios, hábitos virtuosos e acima de tudo, exercício da meditação e da compaixão.
"A mente é precursora de todos os estados. A mente é o chefe. Todos os estados são confeccionados pela mente. (...) Aquele que vive imerso em vícios, sem virtude, logo é controlado por suas ilusões, e não tem dignidade".
Ok, aqui entramos em uma clássica questão Comportamental: a impossibilidade da "mente" ser a causadora de comportamentos.
Mas note como imediatamente após a declaração de " A mente é quem manda" vem logo a advertência sobre hábitos e vícios. A fórmula que Buda oferece parece ser: discipline a forma como você se comporta e você disciplinará seu pensar.
E como obter essa disciplina?
São prescrições budistas para isso:
- meditar
- fazer jejum regularmente
- evitar matar, roubar, mentir, etc
- exercer compaixão pelos outros
- etc.
O pensar é visto, no Budismo, como um agregado de processos que forma a consciência (uma vez que somados ao perceber, ao sentir, a informação sensorial, etc). O agregado "Pensar", por sua vez, foi determinado por outros agregados, como o sentir (emoções) e o perceber (5 sentidos). Assim,a mente não é uma criadora incriada: ela é determinada pela relação com o ambiente (nossos sentimentos, sensações e percepções depende da interação com o ambiente).
Logo, o que o Dhammapanda está no dizendo, sua grande lição, em termos comportamentais, é: "Comporte-se adequadamente, exercendo hábitos virtuosos, e mesmo seus pensamentos serão controláveis, e assim você será mais feliz".
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
The man who wants to kill crunches
A Canadian professor of spine biomechanics rails about the dangers of the ubiquitous sit-up
After three decades of figuring how out the spine works, Stuart McGill has come to loathe sit-ups. It doesn’t matter whether they are the full sit-ups beloved by military trainers or the crunch versions so ubiquitous in gyms. “What happens when you perform a sit-up?” he asks. “The spine is flexed into the position at which it damages sooner.”
The professor of spine biomechanics at the University of Waterloo knows a thing or two about snapping spines. In his lab, McGill proudly shows off a machine that’s probably created more disc herniations than any other in the world. “We get real [pig] spines from the butcher and we compress them, shear them and bend them to simulate activities such as golf swings and sit-ups, and watch as unique patterns of injury emerge.” A disc has a ring around it, and the middle, the nucleus, is filled with a mucus-like liquid. Do a sit-up and the spine’s compression will squeeze the nucleus. On his computer, McGill shows how the nucleus can work its way out of the disc, hit a nerve root and cause that oh-so-familiar back pain. “From observing the way your total gym routine is performed, we can predict the type of disc damage you’re eventually going to have.”
While there are lots of ways to injure a back, the sit-up is an easily preventable one. According to his research, a crunch or traditional sit-up generates at least 3,350 newtons (the equivalent of 340 kg) of compressive force on the spine. The U.S. National Institute for Occupational Safety and Health states that anything above 3,300 newtons is unsafe.
So McGill suggests replacing sit-ups with exercises to strengthen the core while not bending the spine: bridges, planks, leg extensions, bird dogs, and “stir the pot.” The bird dog, for instance, simply involves getting on all fours and, while keeping the core muscles tight, extending the opposite arm and leg, then switching limbs. “Stir the pot” is a more complex movement: moving shoulders in a small circle while in a prone push-up position with forearms balanced on an exercise ball.
The results of McGill’s decades of spine research is slowly being accepted outside the worlds of academia and elite athletics. Ian Crosby of the Calgary Fire Department saw the shift first-hand. He’s on a committee of the International Association of Fire Fighters that establishes criteria for the make-or-break fitness test. A few years ago, they reviewed the annual sit-up test, which involved doing steady crunches in time to a metronome. The problem, for Crosby, is that anyone being assessed “will train to get better. And that involves repeated bouts of sit-ups.” So last year, after talking to Stuart McGill and other experts, the IAFF dropped the sit-up in favour of the prone plank—basically a static push-up that will leave the unfit trembling with fatigue.
For those who believe sit-ups are the only key to strong abdominals, Crosby points to research that shows the new movements can be just as effective in improving core strength. A study of U.S. soldiers published earlier this year in Medicine & Science in Sports & Exercise compared sit-ups with back-friendly core stabilization exercises, including bird dogs, and found there was no difference in overall fitness between the two groups. In fact, those who did core exercises showed significant improvement in the army’s sit-up test.
The decline of the crunch can also be seen at ordinary sweat-filled gyms. Anthony Ierulli, manager of fitness programming for the YMCA in Brampton, Ont., says that while in the past all anyone “did were crunches, now they’re doing some Pilates and yoga that engage the abdomen in different ways.” But Ierulli emphasizes that changing routines isn’t enough if the technique isn’t there. And that requires finding a teacher who can fine-tune those unfamiliar exercises.
As for McGill, he keeps spreading his message. Recently, Asia Nelson, a local Waterloo-based trainer of yoga instructors, invited the expert to talk to her class of student teachers about his philosophy. She knows that not all traditional yoga postures are back-friendly. One example Nelson gives is the sun salutation’s forward fold—basically a standing crunch with the added hanging weight of the body. Now, after the professor’s lecture, she’s figuring out ways to modify that and other movements. While Nelson and the Y’s Ierulli recommend people find a balance between old and new techniques, McGill’s message is more blunt: “There are only so many bends in your spine until the discs eventually herniate.”
After three decades of figuring how out the spine works, Stuart McGill has come to loathe sit-ups. It doesn’t matter whether they are the full sit-ups beloved by military trainers or the crunch versions so ubiquitous in gyms. “What happens when you perform a sit-up?” he asks. “The spine is flexed into the position at which it damages sooner.”
The professor of spine biomechanics at the University of Waterloo knows a thing or two about snapping spines. In his lab, McGill proudly shows off a machine that’s probably created more disc herniations than any other in the world. “We get real [pig] spines from the butcher and we compress them, shear them and bend them to simulate activities such as golf swings and sit-ups, and watch as unique patterns of injury emerge.” A disc has a ring around it, and the middle, the nucleus, is filled with a mucus-like liquid. Do a sit-up and the spine’s compression will squeeze the nucleus. On his computer, McGill shows how the nucleus can work its way out of the disc, hit a nerve root and cause that oh-so-familiar back pain. “From observing the way your total gym routine is performed, we can predict the type of disc damage you’re eventually going to have.”
While there are lots of ways to injure a back, the sit-up is an easily preventable one. According to his research, a crunch or traditional sit-up generates at least 3,350 newtons (the equivalent of 340 kg) of compressive force on the spine. The U.S. National Institute for Occupational Safety and Health states that anything above 3,300 newtons is unsafe.
So McGill suggests replacing sit-ups with exercises to strengthen the core while not bending the spine: bridges, planks, leg extensions, bird dogs, and “stir the pot.” The bird dog, for instance, simply involves getting on all fours and, while keeping the core muscles tight, extending the opposite arm and leg, then switching limbs. “Stir the pot” is a more complex movement: moving shoulders in a small circle while in a prone push-up position with forearms balanced on an exercise ball.
The results of McGill’s decades of spine research is slowly being accepted outside the worlds of academia and elite athletics. Ian Crosby of the Calgary Fire Department saw the shift first-hand. He’s on a committee of the International Association of Fire Fighters that establishes criteria for the make-or-break fitness test. A few years ago, they reviewed the annual sit-up test, which involved doing steady crunches in time to a metronome. The problem, for Crosby, is that anyone being assessed “will train to get better. And that involves repeated bouts of sit-ups.” So last year, after talking to Stuart McGill and other experts, the IAFF dropped the sit-up in favour of the prone plank—basically a static push-up that will leave the unfit trembling with fatigue.
For those who believe sit-ups are the only key to strong abdominals, Crosby points to research that shows the new movements can be just as effective in improving core strength. A study of U.S. soldiers published earlier this year in Medicine & Science in Sports & Exercise compared sit-ups with back-friendly core stabilization exercises, including bird dogs, and found there was no difference in overall fitness between the two groups. In fact, those who did core exercises showed significant improvement in the army’s sit-up test.
The decline of the crunch can also be seen at ordinary sweat-filled gyms. Anthony Ierulli, manager of fitness programming for the YMCA in Brampton, Ont., says that while in the past all anyone “did were crunches, now they’re doing some Pilates and yoga that engage the abdomen in different ways.” But Ierulli emphasizes that changing routines isn’t enough if the technique isn’t there. And that requires finding a teacher who can fine-tune those unfamiliar exercises.
As for McGill, he keeps spreading his message. Recently, Asia Nelson, a local Waterloo-based trainer of yoga instructors, invited the expert to talk to her class of student teachers about his philosophy. She knows that not all traditional yoga postures are back-friendly. One example Nelson gives is the sun salutation’s forward fold—basically a standing crunch with the added hanging weight of the body. Now, after the professor’s lecture, she’s figuring out ways to modify that and other movements. While Nelson and the Y’s Ierulli recommend people find a balance between old and new techniques, McGill’s message is more blunt: “There are only so many bends in your spine until the discs eventually herniate.”
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Aprender é ser transformado pela experiência.
Este texto foi cedido pelo Alessandro Vieira, do ótimo blog Olhar Beheca.
E, de minha parte, acrescento uma citação:
"Não é a espécie mais forte que sobrevive,
tampouco a mais inteligente.
É a mais adaptável às mudanças."
Charles Darwin, 1809-1882
Aprendizagem muda as pessoas
No modelo mentalista, aprender é preencher espaço da mente com informações, que ficam lá armazenadas, como livros ficam guardados na estante. Uma metáfora muito comum hoje em dia é a do computador. A pessoa teria um computador interno que registra em um banco de dados tudo que ela aprende, como uma CPU faz.
Não aprendemos como computadores aprendem,
pois a aprendizagem não altera indelevelmente os computadores.
Porém há uma falha nessa metáfora: a memória do computador pode ser realocada, expandida e até apagada. Já o ser humano é alterado globalmente pela aprendizagem, de uma maneira irreversível (Um comportamento nunca é apagado, ele pode no máximo perder sua força).
Para um behaviorista radical, aprender não é absorver dados, mas ser exposto a contingências que transformam a pessoa.
Um exemplo... Estou aprendendo Muay Thai há 3 meses. Comecei a desenvolver calos na zona de impacto do punho.
O calejamento dessa região é um bom sinal, que indica que os socos estão atingindo o alvo com a parte correta do punho. Os calos colaboram com socos mais fortes e com menos danos (a quem os aplica, claro).
Esse processo de desenvolver calos torna o punho mais resistente ao longo do tempo (pele e ossos). Esta é uma evidência de que a aprendizagem da técnica correta e sua incansável repetição nos treinos altera anatomicamente o aprendiz (os ossos da região mudam, efetivamente).
Junto com os calos, vem o ganho de força, agilidade e a aprendizagem de habilidades motoras (as técnicas, como gancho, jab, direto, etc).
Toda essa aprendizagem transforma uma pessoa, não apenas fisicamente (ossos e pele) mas emocional e intelectualmente, também. A pessoa que aprendeu algo é diferente da pessoa que estava para aprender, e continuará sendo diferente para o resto de sua história de vida.
Aprender, portanto, não é absorver informação. Aprender é ser transformado pela experiência.
Retirado do blog: olharbeheca.blogspot.com
http://olharbeheca.blogspot.com/2010/04/aprendizagem-muda-as-pessoas.html
E, de minha parte, acrescento uma citação:
"Não é a espécie mais forte que sobrevive,
tampouco a mais inteligente.
É a mais adaptável às mudanças."
Charles Darwin, 1809-1882
Aprendizagem muda as pessoas
No modelo mentalista, aprender é preencher espaço da mente com informações, que ficam lá armazenadas, como livros ficam guardados na estante. Uma metáfora muito comum hoje em dia é a do computador. A pessoa teria um computador interno que registra em um banco de dados tudo que ela aprende, como uma CPU faz.
Não aprendemos como computadores aprendem,
pois a aprendizagem não altera indelevelmente os computadores.
Porém há uma falha nessa metáfora: a memória do computador pode ser realocada, expandida e até apagada. Já o ser humano é alterado globalmente pela aprendizagem, de uma maneira irreversível (Um comportamento nunca é apagado, ele pode no máximo perder sua força).
Para um behaviorista radical, aprender não é absorver dados, mas ser exposto a contingências que transformam a pessoa.
Um exemplo... Estou aprendendo Muay Thai há 3 meses. Comecei a desenvolver calos na zona de impacto do punho.
O calejamento dessa região é um bom sinal, que indica que os socos estão atingindo o alvo com a parte correta do punho. Os calos colaboram com socos mais fortes e com menos danos (a quem os aplica, claro).
Esse processo de desenvolver calos torna o punho mais resistente ao longo do tempo (pele e ossos). Esta é uma evidência de que a aprendizagem da técnica correta e sua incansável repetição nos treinos altera anatomicamente o aprendiz (os ossos da região mudam, efetivamente).
Junto com os calos, vem o ganho de força, agilidade e a aprendizagem de habilidades motoras (as técnicas, como gancho, jab, direto, etc).
Toda essa aprendizagem transforma uma pessoa, não apenas fisicamente (ossos e pele) mas emocional e intelectualmente, também. A pessoa que aprendeu algo é diferente da pessoa que estava para aprender, e continuará sendo diferente para o resto de sua história de vida.
Aprender, portanto, não é absorver informação. Aprender é ser transformado pela experiência.
Retirado do blog: olharbeheca.blogspot.com
http://olharbeheca.blogspot.com/2010/04/aprendizagem-muda-as-pessoas.html
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